terça-feira, 18 de novembro de 2014

Açores

   Este fim de semana foi passado nos Açores, em família! Consegui visitar a ilha do Pico e São Jorge.

      Pico


      De entre tantos miradouros é difícil escolher aquele com a melhor vista. Cada uma é de encantar, com campos verdes e mar em toda a volta. As flores no Inverno são mais dificeis de encontrar, mas ainda assim vi algumas, e todas elas dão vida às estradas, passeios e quintas! No interior da ilha ainda conseguimos encontrar casas antigas, grande parte delas feitas com a pedra negra dos vulcões. Para além disso, achei interessante o facto de usarem a mesma pedra para construirem, em grande parte das quintas, barreiras protetoras do vento e humidade para que as plantações não sejam afetadas, como vos mostro na fotografia acima. 


     Achei também muito interessante a arquitetura e cor das igrejas, curiosamente chamadas de Impérios na ilha do Pico.


      Como é obvio, não podia faltar a comida. O que mais adoro na gastronomia dos Açores é, sem dúvida alguma, o queijo! Principalmente o queijo do Pico, que é mais macio e amanteigado. Como entrada, com bolo de milho então ... hmm uma delícia! Para acompanhar, cai bem uma Terras de Lava, branco. 


      No meu último dia na ilha do Pico, aguardava a sopa de peixe, servida em pão, e um prato de atum frito (mal passado) com batata doce e salada. Um prato um pouco pesado, mas vale a pena experimentar porque é típico. Este restaurante, o Ancoradouro, é muito bonito, e apresenta a carta em formato de jornal, marcando pela originalidade. Para além deste prato, o que vale a pena experimentar era o Caldo de Peixe!

      São Jorge


     Andando pelas estradas de São Jorge, o que não faltam são indicações para as fajãs e as canadas. Uma fajã é um campo de pasto com contacto com o mar. Os caminhos muitas vezes são difíceis de se fazerem de carro, e podemos até ser parados por algumas vacas no meio do caminho. 


      O que de melhor vos trago está aqui! O restaurante Fornos de Lava! A vista é lindíssima, o desenho do restaurante é bonito e rústico, e a comida é uma delícia... Para além do habitual queijo, que em São Jorge é mais forte e seco, pedimos Arroz de Peixe e Lapas na cataplana. Lapas e bagre, o peixe fresco do dia. Muito bem servido e com um sabor indiscritível! Depois deste almoço, tivemos oportunidade de conversar um pouco com o dono do restaurante, que nos aconselhou visitar estas vistas abaixo.


     De cortar a respiração! Subimos ao Pico da Esperança e Pico do Areeiro, ao final da tarde, com o pôr-do-sol no horizonte. Subimos de carros pelos caminhos atribulados de terra, até a uma altitude que igualava o topo da montanha do Pico, da ilha do outro lado do mar. Desta altitude conseguimos ver as crateras de São Jorge, e penso que mais não é preciso dizer. As imagens falam por si!

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Rolo de carne com arroz selvagem e batatas de forno

Depois de alguns dias sem partilhar nada com vocês, fiz um rolo de carne recheado que aconselho a todos! Ao contrário do que parece é uma receita rápida, simples e saudável. 

Para o rolo de carne: 
  • 1,50 kg de carne picada (ou por picar)
  • Meia cebola
  • 1 dente de alho picado
  • 1 colher de sopa de óleo
  • 1/2 colher de sopa de mostarda
  • Sal
  • Pimenta
  • Ervas ao gosto
  • Colorau
  • Pão ralado
Para o recheio:
  • Fatias de queijo
  • Courgette laminada
Para as batatas:
  • Batatas
  • Meia cebola
  • 1 dente de alho pequeno picado
  • 2 colheres de sopa de azeite
  • Água quente
  • Sal
  • Pimenta
Para o arroz:
  • 1 chávena grande de arroz
  • 2 chávenas grandes de água
  • Sal
  • Azeite
  • Caldo de carne (opcional)
     Eu piquei a carne em casa porque tinha alguns bifes diferentes em sacos com pouca quantidade, e decidi fazer um aproveitamento, mas podem comprar no talho carne picada de vaca ou pedir para picar na hora. 
       À carne juntei os restantes ingredientes, mas aconselho a refogarem um pouquinho a cebola e o alho no óleo porque fica mais saboroso, e acaba por dar mais sabor à carne. Temperem-na bem com todos os ingredientes. 


        Depois de tudo envolvido, coloca-se o preparado da carne em cima de uma folha de papel vegetal com pao ralado e forma-se um retângulo com as mãos. Recheia-se com as fatias de queijo e courgette bem fina. 


Tempera-se ligeiramente a courgette com sal e, com muito cuidado, enrola-se a carne e aperta-se bem com as mãos e reserva-se num tabuleiro de ir ao forno.


      Para as batatas, basta juntar todos os ingredientes num recipiente e levar ao forno a 220° até estarem cozidas e ganharem cor.


       Num tacho deita-se o azeite e leva-se ao lume. Deita-se o arroz e mexe-se um pouco. 

Tempera-se (também se pode deitar uma folhinha de louro) e verte-se a água ou caldo de carne. Tapa-se o tacho e deixa-se ferver. Logo que levante fervura, mexe-se e baixa-se a temperatura para o mínimo, deixando cozer sempre tapado, sem mexer, durante 15 minutos. Apaga-se o lume e reserva-se um pouco destapado. 
          Leva-se o rolo de carne ao forno com um pouco de azeite no tabuleiro e cubinhos de manteiga por cima da carne para ficar mais húmida e dourada por cima. 
          Quando já estiver bem dourada, retira-se pra fora e serve-se com as batatas e o arroz, ou apenas um dos acompanhamentos com salada. A minha família não come batata sem arroz, portanto neste caso fiz os dois! :) 



Bom apetite!

domingo, 2 de novembro de 2014

Bife de perú com couscous e pimentos salteados

      Ontem, para o jantar, fiz uns bifinhos de frango com couscous, pimentos bebé e courgette salteados com bacon. 


      Marinei os bifes de perú em cerveja, sumo de lima, sal, pimenta e alho. 
      Cortei os pimentos a meio, retirei todas as sementes do interior, lavei-os bem e cortei-os novamente ao meio. Lavei meia courgette e cortei-a em camponesa, e cortei o bacon em tirinhas. Juntei tudo num recipiente, temperei com um pouquinho de flor de sal, pimenta, tomilho e azeite. 
      Para cada pessoa, utilizo duas chávenas de café de couscous por pessoa, e o dobro da quantidade de água. Verti o couscous e a água num tacho e levei ao lume com açafrão, sal e meia noz de manteiga. Deixei ferver e desliguei logo o lume, deixando o couscous a cozer, sem ferver, com o tacho tapado. 
      Numa frigideira, coloquei a mistura dos pimentos e levei ao lume. Salteei várias vezes até começarem a tostar um pouco.


      Depois dos legumes estarem tostados, tapei com um testo (também pode ser com papel de alumínio) e reduzi a temperatura para o mínimo para poderem cozer no interior e caramelizar mais um pouco por fora. Mexi por algumas vezes para não queimar e retirei para fora.
        Por último, escorri e sequei bem os bifes de perú e grelhei-os em manteiga e um fio de azeite!

Bom apetite!



sábado, 1 de novembro de 2014

Bolo Russo

Dia de festa!!! 


Como a minha avó fazia anos, eu fiz o bolo de aniversário... E setenta e três anos merece um bolo à medida: rico, doce e elaborado. 
Este bolo é O MELHOR QUE JÁ COMI ATÉ HOJE. Faz parte da vasta coletânea de receitas da avó do meu noivo, a D. Fátima!
O bolo chama-se Bolo Russo e, embora seja elaborado, é fácil de fazer.

Para o bolo:
  • 6 ovos
  • 250 gr açúcar
  • 2 colheres de sopa de farinha
  • 40 nozes trituradas finamente
  • 40 amêndoas trituradas finamente
Em vez destas quantidades de nozes e amêndoas, eu utilizei 120 gr de cada. 

Para o recheio e cobertura:
  • 6 gemas 
  • 200 gr açúcar
  • 100 ml de água
  • Essência de baunilha q.b.
  • 30 gr de nozes picadas grosseiramente
  • 30 gr de amêndoas picadas grosseiramente


      Comecei por separar as claras das gemas, adicionar o açúcar às gemas e bater até ficar um creme fofo e claro. Adicionei as nozes e amêndoas aos poucos, envolvendo no preparado. Mexi bem e adicionei a farinha. Por fim, bati as claras em castelo e acrescentei-as, aos poucos, à mistura anterior. Barrei uma forma redonda com manteiga, polvinhei com farinha e verti a massa do bolo. Levei ao forno cerca de 30 minutos a 180°. 
      Enquanto o bolo esteve a cozer, separei 6 gemas das claras e guardei as últimas no frigorífico. Com um garfo, mexi um pouco as gemas apenas para abrirem (deslaçar). Coloquei um tacho ao lume com o açúcar, a água e a baunilha sem mexer. Deixei ferver 2 minutos. Com cuidado para não me queimar, fui adicionando a calda de açúcar em fio às gemas enquanto mexia as gemas com uma vara manual. Depois de verter a calda toda, levei o creme ao lume no mesmo tacho para engrossar, mexendo sempre com as varas para não queimar. De cada vez que começa a borbulhar, deve tirara-se um pouco para fora e mexer bem. Este creme não deve ferver porque queima facilmente. 
     Depois de 5 minutos, ou quando o creme já está espesso o suficiente, cortamos o bolo ao meio e recheamo-lo com o creme de ovos. Com o restante creme, cobrimos o bolo e salpicamos com as nozes e amêndoas picadas!


Bom apetite! 


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Pescada à Poveira e Tarte de lima merengada

Hoje apresento-vos um prato mais português! Fiz Pescada à Poveira. Para quem não conhece, é um prato tradicional do Minho mas não se encontra facilmente na ementa de qualquer restaurante.

Os ingredientes para este prato são: pescada em postas, folhas de louro, sal, azeite, alho, cebola, batatas, grelos, ovos, pão, sal, pimenta e colorau.

A receita original é feita com pescada em postas, mas eu utilizei pescada em filetes (para dar um toque diferente) e batata descascada, mas deixei a batata com a pele porque dá um sabor melhor...


Temperei a pescada com sal e limão numa tábua, lavei as batatas e os grelos, descasquei duas cebolas e piquei-as.  Coloquei um tacho ao lume, adicionei o azeite e a cebola picada, e deixei refogar um pouco. Temperei com um pouco de sal, pimenta e colorau e deixei de lado. De seguida, coloquei as batatas num tacho com água e sal e deixei cozer. Quando as batatas acabaram de cozer, retirei-as para fora e coloquei os grelos a cozer na mesma água. Coloquei outro tacho ao lume com água a ferver, sal e louro e adicionei os filetes de pescada enrolados (presos com palitos). Deixei ferver cerca de 20 minutos até cozer. Noutro tacho cozi os ovos. De seguida, escorri os grelos e salteei-os em azeite e alho. Cortei as batatas a meio e o pão em fatias para tostar. 
Para empratar, coloquei as fatias de pão no fundo do prato, as batatas e os grelos por cima e o peixe ao lado. Reguei com a cebolada e coloquei os ovos em cima do peixe, cortados ao meio. 


Para finalizar esta bela refeição, fiz uma das minhas sobremesas preferidas: tarte de lima merengada! 


O primeiro passo é fazer a base da tarte. Juntei 300 gr de bolacha torrada com 250gr de manteiga e misturei bem com ajuda de um garfo. Coloquei a massa de base na tarteira e, com as mãos, espalhei a massa e amassei de forma a cobrir o fundo e a lateral. Levei ao forno a 200° durante 12 minutos para cozer e entretanto fiz o recheio. Misturei uma lata de leite condensado (eu uso magro) com três gemas, raspa de meia lima e sumo de uma. Mexo tudo muito bem. Verto de seguida o preparado na tarteira, em cima da bolacha, e levo ao forno novamente por 6-8 minutos, apenas para ganhar uma textura mais sólida, mas sem deixar tostar por cima, senão perde toda a cremosidade no final.
Por fim, prepara-se a merengagem. Para cada clara, juntam-se duas colheres de sopa de açúcar. Eu utilizei 4 claras. Bati-as até criarem espuma e comecei, aos poucos a acrescentar o açúcar  e bati tudo muito bem até ganhar brilho e consistência. Tal como as claras em castelo, a merengagem só está pronta quando viramos o recipiente ao contrário e as claras não vertem nem escorrem... 
Com a ajuda de um saco pasteleiro e dois bicos de metal, fiz a decoração da tarte, mas pode ser simplesmente decorada com uma colher, fazendo picos ou ondas, ou com um garfo. Depende da imaginação de cada um! Levei ao forno a 200° até ficar dourada (cerca de 5 minutos) e deixei arrefecer para desenformar. 

Quem não gosta do sabor mais ácido da lima, pode substitui-la pelo sumo de meia laranja (se for grande) ou uma tangerina. 
E se utilizarem bolacha maria normal, utilizam as mesmas proporções em manteiga. 

Bom apetite!

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Dumplings de carne e sopa do mesmo

Ontem fui às compras e, entre o essencial, decidi adquirir certos bens para enriquecer os meus cozinhados, como flor de sal, um vaso de tomilho e gengibre fresco. A flor de sal, como é natural e não é sujeita a transformações ou processos industriais, mantém os seus nutrientes ricos e tem um sabor mais intenso, por isso deve usar-se com muito cuidado.

O que eu cozinhei ontem foi um aproveitamento do jantar do dia anterior: lombo assado. Decidi fazer dumplings ao vapor.

Para confecionar os dumplings precisei de fazer o recheio, o molho e a massa.

Comecei pelo molho. Numa taça coloquei molho de soja e vinagre de arroz em iguais quantidades. Juntei gengibre picado, cebola picada, um pouco de raspa de lima e meia malagueta laminada.

Para o recheio dos dumplings, piquei a carne assada, chouriço de vinho, cebola, gengibre, cenoura, courgette, salsa e tomilho. Temperei com um pouco de azeite, flor de sal e pimenta e juntei farinha para não se acumularem líquidos no fundo.

Para a massa usei apenas a farinha e a água quente. Adicionei água à farinha até ficar uma massa homogénea, sem ficar presa no mármore, nem muito seca ao ponto de quebrar. Trabalhei-a com as mãos até ficar macia, estendi-a com o rolo e cortei em círculos.

Depois de ligar a bimby para cozer a vapor, recheei a massa com o preparado de carne e fechei, com muito cuidado, os dumplings. Coloquei cada dumpling no cesto de vapor e deixei durante 20 minutos a cozer. Os que enchi demasiado começaram a abrir, pelo que estes foram os que utilizei, mais tarde, para a sopa. 

Esta não é a massa que eu mais gosto, muito sinceramente. A melhor, na minha opinião, é com farinha de trigo (100gr) e fécula de batata (70 gr). Fica mais leve e quase transparente depois de cozinhada. Já para não falar do sabor. 
Mas esta também ficou muito boa. Depois de mergulhar no molho, e levar à boca podemos sentir uma explosão de sabores. O molho fica especialmente bom graças ao gengibre e à lima.


Para acompanhar preparei um tomate partido em gomos, temperado com sal e vinagre balsâmico, e couve cozida temperada com tomate, azeite, alho e pimentão doce. 

Depois de ter jantado, ainda sobraram vários dumplings, portanto decidi utilizá-los para o almoço de hoje. Fiz uma sopa de dumplings. Coloquei um tacho ao lume com água, temperei com o restante molho dos dumplings, e deixei os dumplings ferverem na água. Alguns acabaram por abrir na água, e libertar mais sabor. 
O resultado foi fantástico. Uma sopa muito saborosa e equilibrada. Uma delícia! Vale a pena experimentar! :) 

Bom apetite! 



segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Cozinhar é algo pessoal. É único de quem o faz. É uma arte influenciada pelos gostos, hábitos, até pela religião de cada um. Eu adoro cozinhar, e quem me conhece sabe que cada dia que passa tento aperfeiçoar o que cozinho, procurando um resultado excelente, que agrade o paladar crítico e desafiador dos meus clientes - a minha família! :)
Quero agradecer pelo enorme apoio moral e prático à minha família, por todo o incentivo e críticas que me fizeram querer melhorar e me deram mais força para continuar a fazer o que mais gosto! Ao meu namorado, noivo e futuro marido por toda a inspiraçao, apoio incondicional e ajuda. Pelo seu belo presente de natal, que deu nome a este blog: O Pantagruel. E finalmente, às minhas amigas que sempre me animaram para seguir o que me faz feliz.
Espero que este blog seja útil e interessante para quem o visite, e possa trazer inspiração a alguem :)

Bons cozinhados!